Táxi em Lisboa

Falar sobre o serviço de táxi em Lisboa, sendo que eu morei 17 anos no Rio de Janeiro, pode parecer um tiro no pé. Então, já de início concordo que a exploração dos taxistas e companhias de táxi no Rio de Janeiro, principalmente nos aeroportos e na rodoviária é um absurdo. Além disso, já foi relatado em alguns telejornais no Brasil sobre a mafia dos taxistas que passam do limite nessas zonas turísticas.


Entretanto, venho aqui falar sobre o serviço de táxi em Lisboa que me impressionou e me chocou pelo mal atendido, falta de cordialidade, de hospitalidade, de educação e sobretudo de exploração do passageiro, principalmente, quando é ou parece ser turista.


Uma observação importante é que antes de eu chegar em Lisboa, uns amigos avisaram-me sobre o possível golpe dos taxistas do aeroporto, que é dizer ao passageiro que não tem taxímetro, que o preço é fixo. Fato que ocorreu com duas tias ao visitar Lisboa. Logo, quando eu fui pegar o táxi no aeroporto, já sabia do possível golpe e fiquei atenta, mas nada disso me ocorreu dessa vez.


Minha primeira experiência com o táxi aqui em Lisboa foi no aeroporto de Lisboa, em setembro de 2011. No início, depois de esperar numa longa fila para entrar em algum táxi, o taxista foi prestativo ao colocar minhas duas grandes malas pesando cada uma 30 kg. no porta mala. Durante o trajeto, pareceu ser bem correto na direção a qual eu me destinava, Alvalade. No final o serviço me custou 5,85 euros demonstrado pelo taxímetro. Sendo que o taxista não aceitou ficar com o troco de 0,15 euros e também apenas retirou do porta mala as duas grandes malas e me deixou do outro lado da rua, sabendo que eu tinha que atravessá-la. E, assim, ele foi embora. De um modo geral, fiquei satisfeita com o serviço e o custo.


Minha segunda experiência foi na volta, à noite, do bairro alto pra minha casa. Eramos três pessoas dividindo o táxi e eu seria a última a desembarcar. Quando estava apenas eu dentro do táxi, o taxista começou a me fazer perguntas sobre o trajeto, sendo que nem todas as respostas eu tinha. Logo, me parece que ele deu uma grande volta no final. Fato que não me aborreceu tanto. 


Já na terceira experiência na volta de táxi pra casa, o taxista disse que eu deveria ter informado melhor sobre o posicionamento da minha rua, não bastando informar o endereço e o bairro. Já quando estava muito próximo da minha casa, o taxista entrou numa rua sem saída e disse às 4h00 da madrugada: 
- Pronto, sua rua fica logo atrás. Dá pra menina ir caminhando. Está tudo muito bem iluminado.
Imagine se eu iria aceitar algo desse tipo. Logo, falei:
- Eu sei. Mas pode dar a volta que eu quero parar em frente a minha casa. 
O taxista não gostou, ficou resmungando com ele mesmo e deu a volta. Logo, uma corrida que custaria apenas 5,50 euros me custou 8 euros.


Bem, depois de três experiências não felizes plenamente, com a sensação que em algum momento fui enganada e que não foram  hospitaleiros comigo, na quarta experiência com táxi, pedi umas dicas pra um amigo. Então, a dica era falar ao taxista: Por favor, (dizer o nome da freguesia), ao pé (dar referência, como saída do metrô ou hospital ou escola).


Logo, dessa vez deu tudo certo. O taxista fez tudo como deveria fazer e a volta do bairro alto pra minha casa só me custou 5,50 euros.


Depois dessa dica e de pegar o jeito de como se deveria falar com o taxista e observar suas reações, sentia-me relativamente mais segura ao utilizar o táxi.


Até que ao fazer uma curta visita de Natal e Ano Novo no Brasil e ao retornar a Lisboa, peguei um táxi no aeroporto de Lisboa, em janeiro de 2012. Sim, essa experiência foi a mais frustrante. Fiquei totalmente horrorizada.


Ao entrar no táxi, tudo parecia estar bem, até o momento em que não vi nada no taxímetro, logo, indaguei ao taxista: 
- O taxímetro está ligado, certo?
Ele retrucou:
- Não, isso aqui é preço fixo. 
Logo, eu exclamei:
- Não é não. Pode ligar o taxímetro que eu não sou turista e já moro aqui há alguns meses.
O taxista, imediatamente, ficou enfurecido, bufou e ligou o taxímetro. E, a discussão começou. Insistentemente, ele tentava puxar assunto. Fato que eu tentava dar a mínima atenção. Até que eu me rendi a uma única resposta: 
- Sou estudante por um curto período e voltarei ao Brasil assim que acabar o curso.
Essa resposta foi dada àquele homem que me fez ouvir sobre a tristeza e lamentações da crise em Portugal, do aumento do imposto IVA, do aumento da taxa de desemprego, dos cortes dos subsídios de natal e férias, etc. etc. E, pra piorar, me disse: 
- Esses brasileiros vêm pra cá, exploram nosso país e deixam assim. Isso é resultado desses imigrantes.
Bem, respirei fundo e não dei atenção alguma e muito menos retruquei ao que ele disse. Quando finalmente chegamos na minha casa, o taxista disse: 
- São 8,50 euros.
Eu exclamei na hora:
- Como assim? Era suposto custar no máximo 6 euros.
Naquele momento o tal profissional gritou comigo ao meio de batidas e socos em suas pernas e carro, abrindo a porta fazendo escândalos. Não pensei muito, entreguei-lhe 10 euros, peguei minhas coisas e sai imediatamente. Ele veio atrás pra me entregar o troco e disse que não cobrou nada indevido, apenas acrescentou o custo da minha mala.


Cá entre nós. Esse fato de cobrarem a mala é ridículo. O porta mala indo vazio ou não, não fará diferença no trajeto. Fato percebido quando cheguei pela primeira vez em Lisboa, utilizei um táxi do aeroporto, o taxista não me cobrou pelas duas grandes malas de 30kg. cada e nem o taxista que me levou de madrugada para o aeroporto na ida ao Brasil. E, agora, esse taxista revoltado, arrogante, grosseiro e nada profissional tentou me enganar no início e, além de tudo, me cobrar 2,50 euros por uma mala com 12kg. Francamente!


Agora, se você pensa que já viu de tudo com taxista e que está muito mais experiente ao utilizar os serviços deles, você se engana. 


Eu e mais sete amigos voltamos do sul da Espanha no carnaval, deixamos o carro alugado no aeroporto e pegamos um táxi. Sendo que eu fui dividir táxi com mais duas amigas e cada uma de nós levava uma pequena mala com máximo 5 kg. Até que entramos no táxi e eu logo lhe perguntei:
- O taxímetro está ligado?
Ele respondeu:
- Está sim. Tudo certinho.
Em seguida, o taxista perguntou qual era o destino e nós falamos:
- Primeiro freguesia tal, depois freguesia tal e por último freguesia tal.
O taxista logo disse:
- Isso não se faz assim. Dá próxima vez tem que avisar. Pois, eu não aceito isso. Isso aqui não é um autocarro (ônibus). Não faço paragens (paradas) ao longo do trajeto.
Nós tentamos argumentar com o taxista falando que morávamos aqui e que sempre fizemos isso, etc.
Ele contra argumentou:
- Se vocês fazem isso, fazem com táxi de rua. Isso aqui é um táxi turismo. E aqui funciona assim.
Nós três ficamos reclamando entre nós de tão inconformadas que estávamos com o que ele havia dito.
E, sabe o que o taxista fez? Cada uma de nós que descia do táxi, ele encerrava o taxímetro e ainda adicionava o valor da mala. E, assim, o taxímetro era iniciado novamente. Logo, cada uma de nós pagou 5 euros por cada trajeto. O que era suposto pagarmos cada uma, 2 ou 3 euros no máximo.


Quando eu postei no facebook minha indignação com o serviço de táxi, de um modo geral, aqui em Lisboa, alguns amigos deram dicas:


- pegue ônibus moça... funciona muito bem!


- Mais uma vítima dos taxistas de Lisboa. Má educação e desonestidade ao extremo. Da próxima pegue o táxi na parte de cima, nas partidas, são menos ladrões; ou então pega o 45 
ou o 44 que te deixam no Rossio :) Beijos!!!

Então amiga viajou de avião no Carnaval?-) É péssimo mesmo o serviço, e se não tiver cuidado com a carteira ui..Por isso, uma dica:Apanha o táxi nas chegadas, no 1ºandar, tô a 
falar à sério.


Bem, toda essa história pode parecer absurda ou uma demonstração de "pão duro", etc. Mas o fato é que o serviço de táxi aqui ocorre de acordo com o taxista. O taxista quem escolhe como será o serviço prestado e cria suas próprias regras. Principalmente, os que atendem no aeroporto. Os que nos atendem nas ruas, por vezes, fazem trajetos mais longos ou são mais rabugentos.


Isso não pode continuar assim. Pois, esses taxistas atendem os turistas, que são relativamente muitos na cidade de Lisboa. Bem, para uma cidade que queira desenvolver com qualidade o turismo, acredito que o serviço de táxi como qualquer outro serviço de transporte, seja público ou privado, deve corresponder a boa prestação do serviço, com honestidade e padronização, seja para os turistas, seja para os residentes. 


Por fim, fico feliz por perceber que algumas instituições percebem essa problemática e, pelo o que parece, estão tentando criar soluções. Como demonstra a notícia do link: 
http://www.ambitur.pt/site/news.asp?news=26029


Turismo de Portugal forma motoristas de táxis

O Turismo de Portugal vai apresentar na BTL o projeto Welcome by Taxi, que pretende melhorar a hospitalidade e a qualidade do atendimento dos motoristas de táxi. O projeto, que arranca a 2 de abril, é dinamizado pelas Escolas do Turismo de Portugal. 

O curso, cujas inscrições acabam de abrir, inclui um módulo de aprendizagem da língua inglesa, expressamente dirigido às necessidades dos profissionais de táxi no seu relacionamento com estrangeiros, e outro de formação nas áreas da hospitalidade, como a imagem, comportamento e cortesia no atendimento.

Por outro lado, pretende-se preparar os profissionais de táxi na identificação dos principais pontos de atração turística das cidades onde desenvolvem a sua atividade, de modo a capacitá-los para o aconselhamento de espaços de animação diurna e noturna, restaurantes, bairros típicos, cafés, museus, esplanadas ou jardins.

O Turismo de Portugal inicia assim mais uma etapa na formação de ativos, que começará como projeto piloto em Lisboa, Porto e Faro, mas se pretende depois alargar a todo o País.
A frequência desta ação de formação, dividida em dois módulos de 25 horas, dará automaticamente acesso ao selo de qualidade Welcome By Taxi, criado pelo Autoridade Turística Nacional, e que funcionará futuramente como uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento da sua atividade.

Por outro lado, a frequência desta ação de formação deverá ser reconhecida para efeitos de renovação do CAP (Certificado de Aptidão Profissional) de motorista de táxi pelo IMTT (Instituto de Mobilidade e dos Transportes Terrestres). Nesta primeira fase, o Welcome by Taxi será dirigido aos taxistas das áreas de Lisboa, Porto e Faro, mas, o objetivo é estendê-lo a todo o país, através da rede das 16 Escolas de Hotelaria e Turismo. O curso, com a duração de 50 horas, realiza-se de 2 de abril a 4 de maio, em horário pós-laboral, nas Escolas de Hotelaria e Turismo de Lisboa, Porto e Faro. Este projeto do Turismo de Portugal tem o apoio do IMTT, Associação Turismo de Lisboa (ATL), ANTRAL (Associação Nacional dos Transportadores em Automóveis Ligeiros), Federação Portuguesa do Táxi, Esquadra de Turismo do Porto, ATC-Porto Tours (Associação de empresários para o desenvolvimento do turismo cultural no Porto), Câmara Municipal do Porto - Departamento de Turismo e Entidade Regional do Algarve.


Até uma próxima...

Ótimo passeio: Marinha Grande e arredores (Leiria, Batalha, Fátima, etc.)

Graças ao convite de um amigo (Luis) foi possível fazer um ótimo passeio na região oeste do centro de Portugal. Esse passeio começa saindo de Lisboa em direção a Marinha Grande. 


Primeiramente, com direito a uma esticada até São Pedro de Moel. Uma cidade praiana que no meio do caminho há uma grande plantação de pinheiros para evitar que a areia da praia chegue em outras cidades, devido ao forte vento.


Ao longo desse caminho fascinante, com uma brisa gelada e aroma de eucalipto é possível desfrutar, no verão, de piqueniques nessas áreas com mesas e cadeiras. 



No vídeo você entenderá um pouco sobre o caminho com eucaliptos.


Quando chega na praia se vê uma imensidão de areia fofa, um mar pouco agitado e com um sol deslumbrante. O que pode incomodar é o forte vento gelado.


Mais adiante avistam-se zonas com o mar dando show batendo nas pedras.


Próximo destino é o mosteiro da Batalha.
Prepare-se pra ficar impressionado com a arquitetura e os mínimos detalhes da construção e arte. 




O vídeo é pra tentar fazer você perceber o que eu falo de encanto, organização e detalhes.



Agora vamos para outro lugar. Uma cidade muito famosa devido a crença religiosa: Fátima.

De início, não me surpreendeu muito. Acho que devida a grande expectativa e imagem construída na mente. De primeira, me pareceu um complexo religioso, onde o turismo e o comércio falam mais alto. Sou católica, mas depois de ter ido a Fátima, mais perguntas ficaram no ar.

As minhas dúvidas começam por esse espaço. Um local onde é celebrada a missa. Mas isso não me parece um templo ou local apropriado pra isso. Parece um aquário devido aos vidros e a entrada toda aberta. Enquanto o padre celebra a missa, vários turistas e passantes param para olhar curiosamente ou apenas para tirar fotos. Por isso, considero isso um verdadeiro aquário.

Além disso, outro fato que me surpreendeu e chegou a chocar, foi ver de tão perto pessoas que percorrem um caminho longo de joelhos ou rastejando numa espécie de ciclovia com o chão apropriado para essas penitencias.

Esse outro espaço é onde as pessoas acendem as velas que compram ali mesmo para fazer promessas ou agradecer. Vi velas de vários tamanhos, desde pequenas a gigantes. Mas parece que não há espaço para todas as velas e muito menos para esperar para que todas queimem até o fim. Logo, boa parte delas são retiradas para outras pessoas poderem colocar suas velas.


Aqui é dentro da Igreja. É lindíssima. Ao redor tem os sepultamentos dos quatro pastorinhos que presenciaram o milagre da Santa. Há presença de ouro nas esculturas.


Esse fato me faz questionar muito. Por que se fazem oferendas em dinheiro para Santos? Aqui é um exemplo, um caixote com a placa: Oferta Nossa Senhora. E, cada espaço de sepultamento ou específico para algum Santo, tinha também esses caixotes solicitando ofertas para tal motivo.


Agora, chega de fazer intrigas e questionar a fé do cristão... Então, vamos para Foz do Arelho.

Lugar lindo e com praia. O sol brilhante e forte dava mais encanto ao lugar.


E assim termina esse meu passeio, onde aprendi mais ainda sobre a cultura portuguesa e principalmente sobre a razão dos pedágios e as maravilhosas rodovias lisas que eles têm. Saiba que isso ocorre porque eles pagam caro para ter.

Que pena!
- Só por indicação dos lugares que foi possível conhecer Foz do Arelho e São Pedro de Moel. Já que não são tão populares turisticamente.
- Em Portugal, cada vez mais se percebe que roteiros integrados não é tão simples para se fazer por conta própria, através de trens e ônibus. O carro parece ser o veículo principal para circulação entre as cidades.
- A praia que conheci em São Pedro de Moel por não ter apelo turístico, não possui organização básica e de estética na estrutura de apoio como lixeiras, paisagismo. Logo, foi possível encontrar lixo acumulado na margem de um mato na praia. Porém, há um bar restaurante muito bom. 

Que bom!
- Os lugares que conheci são lindos e mesmo com o clima de inverno e temperaturas de 6º C., o sol brilhava forte num céu limpo e muito azul.
- Os portugueses de maneira em geral são muito receptivos e acolhedores.
- As nossas diferenças de linguagem enriquecem o nosso idioma. Isso é percebido em todos os lugares: padarias, sinalização, restaurantes, etc.
- As rodovias A1 e A8 nos trechos que passei são impecáveis, o que facilita o fluxo de veículos.
- A hospitalidade da família do Luis foi impressionante.

Até uma próxima...