Diversidade Cultural

Não vou falar sobre o conceito acadêmico de diversidade cultural e tentarei  não citar autores. Vou apenas tentar retratar a experiência de perceber a partir do retrato cotidiano, as formas positivas da diversidade cultural.

Começo pela experiência de Curitiba (Brasil), onde diferentes nacionalidades, por questões históricas, estão representadas em praças, como a Praça da Ucrânia, da Espanha, do Japão. Assim, é possível ver também nas ruas e shoppings essas nacionalidades, entre outras. Bem como, a presença de diferentes pessoas de outros estados do Brasil que carregam consigo suas particularidades culturais. Mas em Curitiba essa diversidade, ao meu ver, é muito mais dos próprios brasileiros vindos das outras regiões. E, o Brasil, por natureza, já é um lugar de união de diversas culturas, que faz do Brasil essa pluralidade criativa e colorida.


Agora sobre Lisboa. Um lugar ótimo para perceber a diversidade cultural é no refeitório da Universidade de Lisboa, onde se vê claramente os grupos de diferentes pessoas agrupadas pelo refeitório. Vê-se de um lado os asiáticos (chineses, indianos, etc), de outro os africanos, os brasileiros, os portugueses, os de outros países da Europa. Enfim, é muito bonito de ver tantos grupos de etnias diferentes, mesmo que sentados na sua zona de conforto, que é entre os seus semelhantes. E, o mais legal é poder pensar que todas essas pessoas estudam numa só universidade. Assim, imagine o conteúdo dos trabalhos acadêmicos, as criatividades que devem surgir, as diferentes formas de interpretar e de pensar sobre um único tema. Ainda mais fascinante é poder sonhar que tudo isso misturado, trás novos conceitos, novas identidades, novos costumes, novas formas coloquiais de se falar, novas formas de se trabalhar, etc.

Depois, dando ainda exemplos de Lisboa, ande pelas ruas, principalmente pelo metrô. E, vai perceber o mundo num só lugar, pois nesses lugares além dos imigrantes estão os turistas. Nesse momento, você verá as diferentes vestimentas. Ouvirá as diferentes linguagens. Às vezes, num só vagão.

Agora, ainda em Lisboa, vá até o bairro alto e verá a enorme quantidade de bares que tocam músicas brasileiras, ao lado de outros bares e restaurantes que tocam e apresentam shows de fado, ao lado de bares que tocam músicas africanas e latinas. Isso tudo num só espaço urbano. E, nessas ruas do bairro alto, principalmente, à noite, verá pessoas de diferentes etnias vendendo rosas, hambúrguer vegetariano, óculos, chapéus, etc. Numa forma alternativa de adquirir uma renda.

E no comércio? As lojas são tão diversas quanto as pessoas. Mas é muito mais fácil encontrar centenas de lojas chinesas sejam elas de vestimenta, de tem tudo, de comida.

Ser capital de um país, no caso de Lisboa ou ser capital de um estado brasileiro, como Curitiba e estar aberto e disposto a receber diferentes imigrantes e/ou migrantes, é apostar que há muito valor na integração das culturas advindas de vários povos. É saber também que a busca pelo respeito, pelo o que é diferente é a mesma busca pela convivência sadia entre os seres humanos. 


Claro que é também saber que problemas podem ocorrer, mas pra tudo tem um lado bom e um lado ruim. A grande sabedoria e segredo é saber a dosagem certa para a boa convivência de todos. Pois, como um amigo meu (Zeca) já dizia: "Seria ótimo um dia ver os países sem fronteiras. Como se tudo fosse uma coisa só".  Essa utopia é muito bonita de se ler. E, com a globalização e entrada e saída de pessoas de diversos países para outros lugares, e assim por diante, é a demonstração dessa interligação. Onde não há barreiras (a não ser nos países que se fecharam para o mundo) para a música, para a dança, para a gastronomia, para a tecnologia, para a comunicação, para o turismo.

Essa beleza do tudo misturado, foi possível ver no Festival Lisboa Mistura 2011. Onde um dos melhores momentos foi a Festa Intercultural, que é o "tradicional encontro de culturas, que este ano contará com a participação de grupos oriundos da Ucrânia, Índia, Guiné e Brasil, entre outros, numa festa para todas as idades, pautada pelo humor de Jel, o 'homem da luta', como Mestre de Cerimônias". 

Para representar essa diversidade cultural advinda dos diferentes imigrantes que Portugal, principalmente, Lisboa tem, veja os vídeos abaixo do Lisboa Mistura 2011. Sei que essas imagens são na maioria referentes à música, mas essa também é parte fundamental e integrante da influência do formato Lisboa de Todos, de uma nova identidade cultural graças a diversidade cultural, muito presente ao longo de muitos anos em todos os cantos da cidade.




Bem, meu intuito aqui não é demonstrar de maneira nenhuma as consequências, por vezes, negativas que esse fluxo de entrada e saída de imigrantes, emigrantes e/ou migrantes podem ocasionar para um país. 
Não quero por em pauta a geração de pobreza por falta de emprego para todos, de condições sociais iguais para os estrangeiros, nem das novas formas de conduta e comportamento humano que possam surgir em alguns sítios. 

Como já havia dito no primeiro parágrafo, essa é uma reflexão positiva dos fatores da diversidade cultural. Mas leva-se em conta que para haver essa diversidade cultural, tem que haver muita boa vontade política e social. Pois, de maneira nenhuma essa integração é fácil. O caminho é longo, mas vale a pena o sacrifício.

Por isso, continuo o discurso lembrando do programa Erasmus da Europa. 

Entre outros programas de intercâmbio de estudos de outras universidades e países como o da PUC (Brasil), etc. Lembrando que esses programas também têm como objetivo promover o conhecimento entre as pessoas e criar um canal para a criatividade.

É importante por em discussão o fato que sem educação não há cultura. Pois, é através da educação que se pode inserir no jovem as questões do valor das artes e da cultura local, global e das diferentes etnias, além de promover a consciência pelo respeito pelas outras culturas. E, é a partir da promoção e incentivo da cultura que se pode instigar na sociedade a consciência crítica sobre o passado e o cotidiano.

Até uma próxima...